quarta-feira, 21 de junho de 2017

Diferentes visões e componentes da compreensão leitora



Profa. Dra. Lucilene Bender de Sousa
Profa. Dra. Lilian Cristine Hübner

A compreensão é um processo cognitivo amplo que ocorre em diferentes níveis de consciência quando nos deparamos com fatos, movimentos, objetos, imagens, sons, letras, etc. Assim que nossos órgãos capturam esses sinais externos, nosso cérebro parece buscar um sentido para eles, o que ocorre principalmente por meio da conexão desses sinais com nossas memórias, conhecimentos e experiências prévias. Parece que estamos sempre tentando reconhecer padrões. Um exemplo disso é quando vemos um desenho e tentamos determinar com o que ele se parece. A compreensão, portanto, depende muito da memória e das relações que estabelecemos entre o novo e o velho. De certa forma, pode ser considerada subjetiva, já que depende das experiências, as quais são únicas para cada indivíduo. Ao mesmo tempo, também pode ser coletiva porque o indivíduo é constantemente influenciado pelo meio social onde vive e faz a sua história. A compreensão em seus múltiplos aspectos cognitivos e sociais, subjetivos e racionais, é um processo que perpassa muitas tarefas cotidianas, desde a comunicação oral, a leitura, a escrita, o cálculo, até o aprendizado de modo geral.
Apesar de sua amplitude, a compreensão é pouco estudada fora da modalidade escrita, na qual se (con)funde com a noção de leitura. A compreensão em leitura se diferencia das demais por sua especificidade linguística. Mas o que é, afinal, a leitura? Existem muitos conceitos de leitura dependendo do ponto de vista que se adota: linguístico, cognitivo, social, literário, fenomenológico, etc. (LEFFA, 1996). Nossa visão fundamenta-se nas interfaces da psicologia cognitiva com a linguística, em uma área denominada psicolinguística. Por meio dessas interfaces, buscaremos abordar as questões introdutórias sobre o tema: seria a leitura apenas o reconhecimento das palavras, como sugere Kamhi (2009b)? Seria apenas a compreensão, a construção de sentido, como propõe Smith (2003)? Ou seria uma combinação dessas duas habilidades, como indica a Visão Simples da Leitura (Simple View of Reading) de Gough e colegas (1996)? Teoricamente, as posturas com relação à leitura e à compreensão variam das mais restritas às mais abrangentes, como explicamos a seguir.

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