sábado, 26 de abril de 2014

Cérebro e alfabetização

A emergência da especialização cerebral para a leitura de palavras

Ivanete Mileski
Lucilene Bender de Sousa


A ciência da leitura é ainda jovem, no entanto, o estudo dos processos cerebrais que ocorrem durante a leitura tem evoluído muito a partir do surgimento das neurociências. Se, antes, estudar a cognição da  leitura  era  quase  um  exercício  imaginativo,  hoje  temos  recursos tecnológicos como fMRI e ERP para auxiliar na desafiadora tarefa de entender o que acontece no cérebro enquanto lemos. Ao contrário do que muitos possam pensar, não estamos falando de uma ciência inacessível ou inaplicável. As poucas décadas de estudo já trazem resultados  capazes  de  auxiliar  na  educação,  indicando  caminhos  para  um ensino da leitura menos instintivo e mais efetivo.

Neste artigo, inicialmente, mencionamos o que importantes pesquisas revelaram sobre a área da forma visual da palavra, suas características  e  seu  papel  exclusivo  na  leitura.  Em  seguida,  descrevemos estudos de uma equipe de pesquisadores cujo interesse foi investigar: quando emerge a especialização da região occípito-temporal esquerda para  a  leitura;  como  ocorre  o  desenvolvimento  dessa  especialização em  crianças, adolescentes  e  adultos  saudáveis e  disléxicos;  e  em  que condições emerge essa especialização. Por fim, discutiremos as implicações pedagógicas dos resultados desses estudos.

Este é o resumo do capítulo que integra o e-book Tecendo Conexões: cognição, linguagem e leitura publicado com trabalhos apresentados na VI Conferência Linguística e Cognição e VI Colóquio Leitura e Cognição realizados na UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul) em 2013.