A emergência da especialização cerebral para a leitura de palavras
Ivanete Mileski
Lucilene Bender de Sousa
A ciência da leitura é ainda jovem, no entanto, o estudo dos processos cerebrais que ocorrem durante a leitura tem evoluído muito a partir do surgimento das neurociências. Se, antes, estudar a cognição da leitura era quase um exercício imaginativo, hoje temos recursos tecnológicos como fMRI e ERP para auxiliar na desafiadora tarefa de entender o que acontece no cérebro enquanto lemos. Ao contrário do que muitos possam pensar, não estamos falando de uma ciência inacessível ou inaplicável. As poucas décadas de estudo já trazem resultados capazes de auxiliar na educação, indicando caminhos para um ensino da leitura menos instintivo e mais efetivo.
Neste artigo, inicialmente, mencionamos o que importantes pesquisas revelaram sobre a área da forma visual da palavra, suas características e seu papel exclusivo na leitura. Em seguida, descrevemos estudos de uma equipe de pesquisadores cujo interesse foi investigar: quando emerge a especialização da região occípito-temporal esquerda para a leitura; como ocorre o desenvolvimento dessa especialização em crianças, adolescentes e adultos saudáveis e disléxicos; e em que condições emerge essa especialização. Por fim, discutiremos as implicações pedagógicas dos resultados desses estudos.
Este é o resumo do capítulo que integra o e-book Tecendo Conexões: cognição, linguagem e leitura publicado com trabalhos apresentados na VI Conferência Linguística e Cognição e VI Colóquio Leitura e Cognição realizados na UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul) em 2013.